Por Vitória de Góes
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Na última semana, o governo do Estado divulgou o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) referente ao ano de 2020. Os números sinalizam a situação socioeconômica do Estado a partir de dados relativos a Educação, Renda e Saúde, encontrados no sistema DataSUS, do Ministério da Saúde. Conforme o levantamento, Pelotas aparece em 14º no quadro geral entre as 19 cidades com mais de cem mil habitantes, com 0.728 ponto. O resultado coloca a cidade mais populosa da região quatro posições atrás da vizinha Rio Grande, que figura em 10º lugar, com 0.745 ponto.

No caso de Pelotas, chama atenção o desempenho ruim quando o assunto é Saúde. A cidade aparece está em penúltimo lugar entre as cidades com mais de cem mil moradores, situação que se repete desde 2015. Nessa área, os dados são agrupados em Condições Gerais, Saúde Materno-Infantil e Longevidade.

Questionada sobre o resultado negativo no estudo vinculado ao Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Estado, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) justificou alegando que os dados de condições gerais, por exemplo, que contém números de mortes por causas evitáveis, foram afetados pela pandemia, já que muitas pessoas deixaram de realizar tratamento médico, agravando quadros clínicos.

Apesar disso, a secretária Roberta Paganini sustenta que o Município melhorou suas condições de saúde materno-infantil. A explicação, segundo ela, está em estratégias traçadas na saúde básica para o pré-natal, como sete ou mais consultas, e acompanhamento aos recém-nascidos de zero a dois anos de vida.

Quase toda Zona Sul vai mal

O cálculo realizado do Idese apresenta uma escala que vai de 0 (pior resultado) a 1 (melhor resultado). Com isso, constatou-se que o bloco relativo à Renda no Estado baixou seu desempenho (de 0,751 em 2019 para 0,723), sendo o menor desde que a pesquisa iniciou em 2013. Algumas explicações para esses indicadores seriam a estiagem histórica e a pandemia.

Na região sul do Estado, chama atenção a quantidade de municípios que caíram no índice geral. Entre as 22 cidades que compõem a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), 16 apresentaram resultado pior que no ano anterior. Apenas Arroio Grande, Candiota, Capão do Leão, Cerrito, Jaguarão e Turuçu tiveram desempenho melhor.

Secretário executivo da Associação, o economista Henrique Feijó avalia que a região seguiu o mesmo padrão do Estado devido às mesmas causas (pandemia e estiagem). Municípios como Chuí, por exemplo, que apresentou significativo decréscimo na área da Educação (de 0,757 para 0,679), foram afetados pela interrupção das aulas presenciais.

Sempre abaixo da média

No bloco Renda, novamente os mesmos agravantes, dessa vez com impactos mais visíveis. Ao todo, 20 municípios diminuíram os índices (apenas Arroio Grande e Candiota tiveram dados positivos).

Mesmo assim, se manteve o padrão desde a publicação da primeira pesquisa em 2013, com a região tendo pontuações mais baixas do que a média estadual. "O nosso Idese nunca foi tão bom quanto deveria ser e isso é uma coisa que a Azonasul vem trabalhando em cima", diz Feijó.

Apesar disso, o secretário executivo da Associação se mostra otimista quanto ao futuro dos municípios da Zona Sul. "Nessa retomada da economia do Estado, nós acreditamos que teremos um crescimento mais adequado e resultados melhores na divulgação do próximo índice", projeta.

Positivo e negativo

Um destaque positivo entre os municípios do sul do RS foi Pedras Altas, que atingiu a melhor posição dentro do ranqueamento geral do Estado, no 129º lugar. Já Pedro Osório ficou na 490º posição entre os 497 municípios, figurando como o pior índice da Zona Sul.

O ranking de todos os municípios pode ser conferidos no site do Idese (dee.rs.gov.br/idese).